A liberdade, pairava-o em breves momentos, tornando sublime o pormenor.
O momento sem tempo ou espaço, onde o filho o fita com amor um ultimo instante, antes de cerrar as janelas da alma e deixar-se levar por Morfeu, que o afasta da escuridão do quarto para prados de sonhos azuis.
Olha o filho a dormir, segurando a espada de luz jedi, Skywalker, tão Luke quanto ele, deixando-se flutuar, na beira da cama, olhando aquele ser, seu filho, seu maior sentimento de amor. Nesse momento, pensa, pensa que não sente mais a harmonia das horas, um dia juradas eternas, felizes. O galanteio do puro gesto se ocultou algures no tempo, sempre o tempo, mas não se recorda mais do tempo. Com medo, sabe como batem as ondas de dor, a recusa, o esforço em manter uma sintonia, que se desvanece. Apenas o seu bailarino no justo sono cresce, e por ele vai resistindo, à falaz capitulação.
Texto escrito para o sétimo jogo de palavras do Eremitério