Domingo, 27 de Março de 2011

OS OLHOS DE MINHA MÃE

Os olhos de minha Mãe.

são os mais lindos...

de todos os olhos!

 

Verdes!


Como só eles podem ser.

A sua pele avermelhada-morena

só como ela a pode fazer morena!

As suas mãos grandes e bonitas,

só ela as pode ter...

As suas sobrancelhas bem arranjadas

só ela é que as tem.

Para mim

não há olhos

tão bonitos,

como os de minha Mãe!

 

Manaus, Setembro de 1976

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Sábado, 19 de Março de 2011

AO MEU PAI

 

TENHO ÂNSIA DE VIVER

DE SER FELIZ.

E TUDO FAÇO PARA O SER

SEM TER

NUNCA O QUE QUIS .

 

E O QUE NÃO QUERO

TENHO DEMAIS.

MAS O QUE TENHO

NÃO É MEU:

É DE OUTRO SER

QUE NÃO SOU EU.

 

CHORO SEM GEMIDOS,

EM SOLUÇOS

SUFOCANTES,

DE RAIVA,

DE DESESPERO,

SEM FORCA

P'RA CONTINUAR

A TENTAR.

 

SONHOS QUE SONHEI,

HISTÓRIAS QUE FANTASIEI

PARA FUGIR À VERDADE

DA FRAQUEZA DO MEU SER!

 

CASTELOS

CONSTRUIDOS NA AREIA

DE UM MAR

SEM SEREIAS.

 

MEU CORAÇÃO BATE

MAIS FORTE

E MEU PULSO SEGURA

MAIS FRACO:

NÃO CONSIGO AGARRAR,

PRENDER,

RETER

O BOM, O BELO, O FELIZ

QUE COM ASAS DE BORBOLETA

PASSA NUM ESVOAÇAR

SALTITANTE.

 

NO MEU PEITO

O SOLUÇO ANGUSTIANTE

NOS MEUS OLHOS

A LÁGRIMA

QUE NÃO QUIS .

 

E, AGORA,

UM ADEUS,

UM IR EMBORA

DE AO PÉ DOS MEUS

QUE DEIXARAM DE SER MEUS.

 

QUE COM DEUS FIQUEM

E EU QUE VA COM DEUS

publicado por Jorge Santos às 15:28
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Quarta-feira, 9 de Fevereiro de 2011

BOURBON

 

Acordava uma vez mais,  de novo, para um novo dia, era o dia quinze mil seiscentos e quarenta e cinco se a memória não lhe falhava, contava assim o tempo de vida, o existido e a projecção do por existir, apenas um calendário diferente na soma do tempo, ou talvez melhor dizendo, na perda dele. Bem o sabia, cada dia acumulado, seria um dia a menos para existir, mas não se pode querer tudo, e de qualquer modo, devia acabar por ser justo.
Num ritual sempre igual, olhos abertos focando lentamente o tecto do quarto tentava reconhecer as manchas de humidade junto da janela assim como a pouca mobília do quarto, uma secretária daquelas que se fecham como uma persiana que desliza numa curvatura até à base em madeira escura, uma cadeira acompanhando estilisticamente a secretária com um assento em couro vermelho e um guarda fatos em tudo igual ao já descrito com três portas e um espelho de corpo inteiro no meio.
Como sempre, de há muito tempo, num primeiro instante nunca se lembrava onde estava, nos quinze mil seiscentos e quarenta e cinco dias já acordados, muitos foram os lugares onde despertara, muitas foram as camas onde se horizontalizara, só ou acompanhado, em vários meridianos e paralelos diferentes.
Soerguido o seu ainda jovem corpo, sentado na cama na posição de lótus, como sempre incendiava o seu primeiro cigarro “Camel”, cuja incandescência reflectia no espelho do guarda-fatos defronte à cama a sua primeira imagem do dia. E lá se lembrava de onde estava, aquele não era o seu lugar, a sua casa habitual, um olhar para o  lado direito da cama, quase o faz engolir o cigarro de surpresa, ao ver o corpo daquela mulher ali deitado ainda a dormir, não se lembrando sequer de como ambos os corpos ali foram parar. Levantou-se, agora num salto e abriu a janela que dava para uma movimentada rua da cidade do Porto, agora deserta por ser domingo. Do seu lado direito podia ver as traseiras do edifício da câmara municipal . Com a janela ainda aberta, olhou de novo para aquele ser a dormir. A sua roupa não espalhada, como se espalham em actos de êxtase incontidos de incontrolável desejo e paixão, mas bem dobrada, o casaco pendurado numa cruzeta, e olhando o espelho de novo, constatava que continuava com as calças vestidas. O peso e dor na cabeça, assim com um hálito forte a bourbon ressacado provavam o excesso cometido. Já vestido e caminhando sozinho por aquela fria manhã de domingo na cidade  , apesar de verão. Golas levantadas e mãos nos bolsos, apenas se recorda de ter entrado naquele bar, na zona antiga da cidade, fugindo de uma multidão folionicamente enlouquecida com martelos de plástico grilantes a martelar a torto e a direito, onde umas colunas de som debitavam um ""Round Midnight" pelo sax de Dexter Gordon, um balcão imenso onde um barman limpava copos e no canto do balcão, uma mulher,  aquela  que dormira a seu lado e o momento em que, com um gesto de mão,  reconhecido por quem pelo mundo fora frequenta bares, segurando um copo de bourbon, lhe fez um brinde...
 
música: Dexter Gordon, Round Midnight
publicado por Jorge Santos às 17:10
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Quarta-feira, 17 de Novembro de 2010

IDA SEM VOLTA

Falta de tempo e inspiração tem-me levado a deixar o "conteúdos" um pouco abandonado. Por isso vou Fazer a reedição de alguns Posts que mais gostei, até voltar a dar ao "conteúdos" o ritmo que tinha antigamente.

 

Texto escrito para o 6º jogo das doze palavras do EREMITÉRIO, desta vez com sessenta palavras, as doze de cada um dos cinco jogos anteriores.

 

A mão esquerda acendia o isqueiro enquanto a direita protegia, em concha, a ténue chama, de um vento ausente, apenas um gesto de mãos, um hábito consumido nos anos da vida. Com efeito o calor era muito em Fevereiro a sul do equador, e, este Carnaval, estava a ser excepcionalmente quente. Nem a aproximação da noite com seu luar envolvente apaziguava os efeitos diurnos de um sol avassalador.
Com o cigarro preso nos dentes e os olhos semi-cerrados pelo fumo que lhe queimava a retina, abriu as portadas de madeira velha e já quase sem cor naquele velho hotel já não distante do rio, de par em par. O negrume cintilante e envolvente da noite lentamente pousava sobre a cidade. Do edifício mais alto deixava-se escorregar até tocar a rua, descendo por ela, por todas elas até cobrir o cais, os barcos o rio. O Cruzeiro do Sul, lá do alto do céu imenso, inaugurava assim a noite de terça-feira gorda, a ultima noite passada naquele lugar.
Estava na hora de voltar, retomar raízes que um dia fora obrigado a arrancar. Ninguém o obrigava a isso, assim como ninguém o levou a se afastar. Era uma força ou vontade que o impelia e simultaneamente amedrontava, o medo e o anseio de reabrir novamente aquela caixa de chocolates onde escondera todos os sentimentos perdidos…
De braços suspensos, cruzados sobre a cabeça, acompanhava a dança de luzes que surgiam saltitantes entre o néon da noite. Nesse momento surgem das suas costas enlaçando o seu ventre, o envolvente abraço de Alice. Olha de lado para o espelho em cima da cómoda, e, percebe na penumbra, a silhueta do corpo dela colada no seu, despertando morna e languidamente do sono bom. O sono do amor. Vem tomar banho comigo sussurrava Alice no seu ouvido enquanto rodava o corpo num movimento preciso encaixando-se no dele num desejo crescente. Assim caminharam colados enlaçados, encarnados, pelo escuro do quarto, apenas duas sombras de amor se amando sob a água que jorrava do duche, refrescando seus corpos, e retardando a imortal fusão. Ambos se amavam com urgência, em sobressalto, com medo do amanhã chegar, mas chegou, e, de manhã bem cedo, em silencio e lágrimas olhou uma ultima vez para Alice dormindo nua, bela, olhou como se fotografasse, para nunca mais esquecer… até um dia.
No momento em que o avião, sobrevoava a cidade, logo reconheceu aquela cor a inundar seu olhar, estava tudo lá, a baía, a rosácea na igreja onde fora baptizado. Sentia que seu coração nefelibata estava de novo em casa, no seu país.
Mas depois, já com os pés bem assentes no chão, olhava e via, via e olhava de novo não querendo aceitar. A tempestade humana, a loucura, o lodo, a morte, o ostracismo pairavam por todo o lado. Não eram culpadas as pessoas do povo que continuavam apesar de sofredoras, estóicas e alegres, valente e corajosas, sempre dispostas a cada novo dia, a lutar por uma vida melhor. Era como sempre fora, a malha, a teia de usurpadores que continuavam a ocupar despoticamente as cadeiras do poder. Na realidade tudo se resumira a trocar uns por outros, aparentemente diferentes, mas de idêntico recheio. No meio daquele inferno, reencontrou nas escadas da casa que um dia fora a sua, agora gasta e sem cal, o seu velho amigo Abel. Com a ternura das palavras que sempre usara, fez-se de novo seu conselheiro como em menino fazia e entabulou uma conversa, a derradeira entre eles.
-Menino, porque voltou? Aqui nada é o mesmo nas suas recordações, pode andar por aí a procurar traços que façam reviver as suas memórias, mas será um esforço vão. Ouça o meu conselho, faça um casulo onde possa guardar tudo o que um dia aqui viveu, e guarde-o bem junto do coração, pare de vasculhar o passado e aprenda a viver um dia de cada vez. Vá sem pena, mas cheio de esperança, não pense mais “nisto”, não pense mais no velho Abel. Quando a amizade é verdadeira não existe distanciamento possível, pois a verdade desta é o exponente máximo do relacionamento humano. Mas antes de ir faça duas coisas, jogue flores na sua praia favorita, aquela mesma onde ficava vendo-o brincar, por todos aqueles que aqui um dia amou e por aqueles que não desistem de fazer deste país um lugar melhor para viver, e, compre uma tapeçaria da savana, com um leão vigilante debaixo de um embondeiro, para nunca se esquecer quem é nem de onde veio.
Dito isto ergueu o corpo amortecido na bengala e tocando-lhe com o cotovelo disse, venha o cacimbo (orvalho) está a cair e a Susana que hoje está de bom humor, o que nela é muito variável, preparou-nos o jantar e vamos juntos comungar de um dos prazeres da criação feito por suas mãos. A maravilhosa Muamba de galinha…

Filipe obedeceu a Abel foi-se embora sem olhar para trás.
Com a alma do tamanho do mundo, olhou sempre em frente, e mais e mais, e meteu de tanto andar, de tanto ver, o mundo inteiro dentro da alma e era quase feliz.
Mas a sua felicidade deparava-se ainda com uma obstrução, a falta do amor verdadeiro, reconhecido, vivido e sentido. O amor de Alice!
E sem pedir licença, mas seguindo um método e uma linha com determinação, foi buscar para morar o que faltava no seu coração...

Tantos anos passaram na sua vida, não sabe quantos, há muito se esquecera de contar, vive o que tem a viver, por quem tem a viver, com quem tem a viver, com toda a vulnerabilidade. Não há passados, apenas, como sempre, o hoje está presente, só assim, pode recordar o que viveu com um sorriso. E é assim que quer terminar, disso não tem duvida, com um sorriso, ali mesmo onde agora está, um alpendre velho, de uma casa de madeira velha, degrau a degrau bem contados são cinco até ao areal, a 30 metros do mar azul, junto ao pontão que com o seu farol velho mas imponente e vertical, afastam do perigo cada vapor navegando em boa viagem, ao largo daquela “sua” ilha, pequena, mas com muito Sol. Mas isso será num futuro qualquer pois nesse momento cada criança corre pelo areal, são quatro, filhos de filho, e filhos de netas, a pele queimada pelo sol gritando, avô, avô…
A voz de Alice, envolvente, aquele amor erodido que um dia ambos julgavam ter perdido, fê-lo emergir do seu mar de pensamentos, interrompendo suas cogitações:-Filipe meu velho traz as crianças e venham jantar.
.

 

música: Bachianas Brasileiras(Heitor Vila Lobos)-Brandford Marsalis
publicado por Jorge Santos às 19:40
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Quarta-feira, 15 de Setembro de 2010

NÃO FUI EU!

 

NÃO SOU POBRE
NEM SOU RICO:
SOU O QUE SOU
SEM SER
AQUELE QUE SONHEI.
E LUTEI
PARA SER ALGUÉM...PARA CHEGAR
AO QUE SOU:
QUASE NINGUEM.
 
SE PARA CIMA
LEVANTO OS OLHOS
PARA OS QUE ME DOMINAM
E DESATINAM,
NÃO SOU NADA.
MAS HÁ QUEM,
QUE SENDO ALGUÉM,
MENOS É DO QUE EU.
MAS QUEM O FEZ?
NÃO FUI EU.
 
OS QUE VIVEM
AOS MOLHOS
E QUE DA VIDA
SÓ COLHEM
OS ABROLHOS,
OS DEMENTES
OS ESFAIMADOS,
OS POBRES
DE CORPOS MIRRADOS
E OS OLHOS ENCOVADOS,
SEM ALEGRIA APARENTE,
MAIS INFELIZES SÃO
DO QUE EU
 
MAS QUEM OS FEZ,
NÃO FUI EU.
 
DIRÃO OS ATEUS,
IRONICAMENTE:
FOI DEUS!
 
 
SOU O QUE SOU
E O QUE SOU
FOI FEITO NA CORRENTE,
NO TURBILHÃO,
DUMA SOCIEDADE
BEM CONSCIENTE DAQUELE BEM
QUE TANTO PROMETE,
PARA NADA DAR
E, AO INVÉS,
A GUERRA FAZER
SEM SE CANSAR.
 
E, SEM OPÇÃO
QUE NÃO SEJA
DE MERO ACASO,
NA ONDA DE VIOLÊNCIA,
DE SENTIMENTO RASO,
MATA-SE A INOCÊNCIA!
 
E, NESSA SOCIEDADE,
-NEM EU SEI!
SE ENTRE OS BONS
OU OS MAUS
EU ESTAREI.
 
CERTAMENTE
QUE TEREI
UM LUGAR,
UMA POSIÇÃO
QUE ELA ME IMPÔS
MAIS DO QUE DEU.
 
 
 
 
 
MAS SEJA QUAL FOR
ESSE LUGAR,
QUEM O ESCOLHEU...
NÂO FUI EU!
 

 

 

 

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Domingo, 4 de Julho de 2010

O TAMANHO DA CAMISOLA

Falar de futebol, envolver-me nas suas discussões , ser mais um treinador de bancada, não é actividade que me dê muito prazer. Quem me conhece, sabe que não é meu costume esse envolvimento nas vicissitudes do futebol, tão do agrado de tantos e trunfo de tempos de antena televisivos. Dá-me algum prazer por brincadeira pura e sem laivos alguns de maldade, lançar umas "achas para a fogueira" de uma discussão matinal à segunda feira entre um reduzidíssimo mas agradável grupo de colegas de trabalho.

Mas nunca fui um neutro na vida, nunca pertenci a não alinhados sempre escolhi o meu lado e torci por ele gosto do meu clube de futebol e gosto de ver jogar bem a selecção nacional, mesmo quando perde e fica fora das competições, gosto de ver um grupo de jogadores com ambição de fazerem o que sabem da melhor forma possível, se não conseguirem, pelo menos a sua consciência estará tranquila porque deram tudo e fizeram o melhor que sabiam. Este grupo de jogadores que representou Portugal no campeonato do mundo da África do Sul até poderia ter feito mais um jogo ou dois ou três ou mesmo ter chegado à final se tivesse à sua frente, como timoneiro, orientador e verdadeiro líder alguém com mais ambição do que aquele que tiveram. Alguém que os incentivasse a entrar em campo para ganhar todos os jogos e não apenas para somar "os pontos necessários", faltou ambição na voz desse líder, e os jogadores sentiram-no e a pouco e pouco o desconforto ia sendo por demais evidente não conseguindo conter os desabafos . Por tudo isto, quando os rapazes voltaram a casa e ainda antes do regresso eu ouvi o "líder" dizer "se algum jogador achar a camisola pequena não precisa cá estar", pensei e se numa análise realmente honesta o líder achar que tem um corpo pequeno para esta camisola, pode sair...

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Sexta-feira, 18 de Junho de 2010

JOSÉ SARAMAGO

 

 

"Fisicamente, habitamos um espaço, mas, sentimentalmente, somos habitados por uma memória".

 

 

Com essa memória ficarei, junto dos meus sentimentos, até ao término do meu espaço físico. Pois nos seus livros estão as histórias que há muito moram dentro de mim.

publicado por Jorge Santos às 19:20
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Sexta-feira, 11 de Junho de 2010

A PROPÓSITO DO MUNDIAL DE FUTEBOL

Há vinte anos atrás, tinha então vinte e quatro anos, sentei-me em frente da televisão em casa da minha mãe para assistir em directo no primeiro canal da RTP à libertação de Nelson Mandela do seu cativeiro de mais de vinte anos passados na ilha de Robben Island. Hoje com quarenta e quatro anos, vinte anos decorridos sobre a libertação daquele que para mim é o maior símbolo da bondade e nobreza humana vivo, estou sentado em frente da televisão de minha casa, a assistir no primeiro canal da RTP à cerimónia de abertura do campeonato do mundo da ÁFRICA DO SUL, e se este momento acontece agora foi porque aqueloutro aconteceu há vinte anos atrás. A nação arco-íris que Mandela sonhou ainda vai levar algum tempo a se afirmar mas a vontade e determinação são grandes e este evento desportivo à escala mundial é o exemplo dessa força e determinação.

Vai concerteza ser um grande mundial!

OBRIGADO MADIBA! 

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Domingo, 30 de Maio de 2010

MENTIRAS...

Não acredito na mentira como prática corrente, definindo um modo de vida.

Viver com a verdade e viver com a mentira é intrínseco à própria natureza humana, todos nós já talvez tenhamos preferido mentiras piedosas a verdades cruéis e ou até mesmo mentiras levianas a verdades justas, mas temos sempre uma escolha, há sempre uma opção que podemos tomar mentir e ser verdadeiro não são desígnios, são escolhas e se podemos escolher podemos ser sempre verdadeiros. A mentira fere, magoa, ilude e por vezes mata. A mentira é amnésica esquece-se de si mesma e mais cedo ou mais tarde é descoberta porque faz cair quem mente em contradição, e quando são sucessivas e consecutivas até mesmo quem mente acredita serem aquelas suas, as verdades absolutas não se recordando mais do dia em que falou verdade pela ultima vez...

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Domingo, 25 de Abril de 2010

ABRIL

 

 

Não me digam mais nada senão morro
aqui neste lugar dentro de mim
a terra de onde venho é onde moro
o país de que sou é estar aqui.

Não me digam mais nada senão falo
e eu não posso falar eu estou de pé.
De pé como um poeta ou um cavalo
de pé como quem deve estar quem é.

Aqui ninguém me diz quando me vendo
a não ser os que eu amo os que eu entendo
os que podem ser tanto como eu.

Aqui ninguém me põe a pata em cima
porque é de baixo que me vem acima
a força do lugar que for o meu.

José Carlos Ary dos Santos

música: ZECA AFONSO- VENHAM MAIS CINCO
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Quarta-feira, 31 de Março de 2010

URGÊNCIA

No dicionário, o significado da palavra urgência é o seguinte:

 

Português. Categoria:Substantivo (Português) Substantivo : ur. gên .ci. a feminino. necessidade de fazer alguma coisa imediatamente ...

"Necessidade de fazer alguma coisa imediatamente"

 

Mais um serviço nocturno de um centro de saúde foi encerrado. Desta vez o de Valença, no Minho.

Os habitantes de Valença têm agora de se deslocar a Monção para serem atendidos de urgência ou seja imediatamente como está escrito no dicionário. Imediatamente?! Monção está distante, dezoito quilómetros de Valença, as ambulâncias do INEM ou dos bombeiros locais, numa condução segura de transporte de doentes de URGÊNCIA, demoram cerca de quinze a vinte minutos a percorrer aquela distancia, como é possível atender alguém URGENTEMENTE, nesta situação?

Por outro lado Tui em Espanha tem um serviço de Urgência a funcionar vinte e quatro horas e dista apenas cinco minutos de ambulância de Valença, eu conheço e acreditem, É JÁ ALI! Se a isto acrescentarmoss que em Monção o utente paga uma taxa moderadora de cerca de oito euros e em Tui não desembolsa um cêntimo que seja, eu se fosse um habitante dessa bonita região Minhota, seria o primeiro a usar e incentivar os meus concidadãos a usar a unidade de Tui, no caso de persistirem no erro de manter o serviço de urgência nocturno de Valença encerrado. 

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Sexta-feira, 26 de Março de 2010

O PERIGO DA HISTÓRIA ÚNICA

CHIMAMANDA ADICHIE

 

 

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Sábado, 13 de Março de 2010

AGRESSÕES ESCOLARES

A memória é curta, demasiado curta para todos aqueles que agora pedem medidas drásticas para míudos protagonistas de actos violentos nos recintos escolares, não se lembrarem que os primeiros autores de actos como castigos corporais severos, foram os pedagogos assim chamados, os professores, até à não muito tempo. Eu até à quarta classe, actual quarto ano feita em 1975, convivi de perto com aquele instrumento de agressão predilecto dos professores a que chamavam a régua dos cinco olhinhos.  Crianças desmotivadas por maus ambientes, convivendo dentro de famílias desestruturadas, num fenómeno transversal a todas as classes sociais, reflectem na escola essa mesma desestrutura.

A agressividade das crianças não é algo mau e que deva ser combatido, as crianças todas, têm uma agressividade natural que é desenvolvida entre colegas e se nenhum se queixar, deve ser vivida, as crianças partilham momentos de amizade agressiva e doce quase em simultâneo e não há agora miúdos piores ou melhores dos de outros tempos, continuam a haver sim, miúdos que devem ser educados por pais e professores e que em vez de reprimidos ou castigados, devem ser amados e acarinhados principalmente quando erram pois como diz o provérbio chinês: "Ama-me quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso."Quando uma criança se isola se afasta se nega a interegir com os colegas, aí sim devemos ser vigilantes e procurar saber os mutivos dessa "fuga", motivos que podem ser muitos mais do que aqueles que acontecem nos recreios das escolas.

Crescer é duro, ser criança não é fácil, mas é deslumbrante crescer, aprender , errar e acertar. Eu aprendo todos os dias a crescer com os meus que comigo crescem e que me ensinam a lidar com eles e  assim em conjunto aprendemos a crescer na vida!

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Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2010

LIBERDADE DE IMPRENSA

O meu país está politicamente doente, é um facto. Os políticos sem classe são demais para que a sua classe seja dignificada e seja dignificado o povo que pelo sufrágio universal a elegeu.

A mediania sofrível a que somos sujeitos por políticos e agentes da comunicação social, deixa-nos a escorregar por um pântano de desesperança.

Mas não aceito a tese em que muitos se querem doutorar, de que há falta de liberdade de imprensa no nosso país, como poderia? os meios de comunicação social dizem e escrevem o que querem e como querem sobre qualquer assunto não respeitando limites deontológicos, sociais e humanos. Basta observarmos o conteúdo e critérios de devassa da vida privada usados por jornais, rádios e canais de televisão, desde os aspectos da vida mundana , passando pelos desportivos e culminando nos políticos, para em consciência e de uma forma puramente observatória, ter a opinião pessoal de que muita coisa corre mal e corre de facto, mas que os meios de comunicação social continuam livres, não tenho a menor duvida. 

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Sexta-feira, 5 de Fevereiro de 2010

BAILINHO DA MADEIRA

Com todo o respeito pelos habitantes do arquipélago da Madeira, mas também com todo o respeito pelos habitantes de todo Portugal, fico com a sensação que o aumento de verbas para as regiões autónomas, sendo que uma delas apresenta o segundo maior rendimento per capita do país, numa altura a todos exigida de contenção, me parece um autentico bailinho...da Madeira. 

música: Max, Bailinho da madeira
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Domingo, 5 de Julho de 2009

NO PEITO

Uma vontade adiada por nove anos ganhou forma no sábado passado, dia 4 de Julho pelas mãos e agulhas do Yuran.

Se desde que nasceu, num dia 4 também mas de Dezembro, o Lucas nunca deixou de existir em mim por um só momento, agora tenho-o graficamente simbolizado no peito, ele foi comigo  e a Lis também enquanto a agulha frenética picava e o Yuran trabalhava.

 

música: Zeca Afonso-Canção de embalar
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Domingo, 28 de Junho de 2009

CHAVELA VARGAS

São apenas uns minutos aqueles que vos peço para ouvir esta  grande cantora do mundo...

CHAVELA VARGAS

LAS SIMPLES COSAS.

Ora clique na seta abaixo.

 

 

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Segunda-feira, 22 de Junho de 2009

LIBERDADE

A liberdade, sempre foi o alicerce da minha existência.

Apenas livre e no pleno exercício do meu livre arbítrio, consigo existir em sociedade.

Apenas assim a sociedade se traduz em universalidade. Como seres livres, indivíduos, temos direito à razão própria, opinião própria e atitudes próprias e ninguém pode, por discórdia, pôr em causa, difamar, caluniar. Pode e deve questionar, indagar, não concordar, mas sempre respeitar a integridade, em consciência, da mesma, em cada um.

música: Deolinda-Mal Por Mal
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Quinta-feira, 18 de Junho de 2009

O SENHOR DAS ÁGUAS

 

Não, não vou dissertar sobre  este Deus romano do mar inspirado na figura grega Posídon, muito menos fazer uma analogia masculina a esse belo filme de shyamalan e da sua ninfa da piscina,"Lady in the water".

 

Apenas uma brincadeira minha com o meu baptismo popular: Depois de vinte e dois anos a trabalhar nos SMG(serviços municipalizados de gaia) depois transformados em empresa municipal (AGUAS DE GAIA E.M.), como leitor cobrador de consumos, passei a ser conhecido juntamente com os meus colegas, 17 ao todo, por uma vasta percentagem da população da cidade de Gaia, como "o senhor das aguas", e a ser reconhecido assim e não pelo meu próprio nome como, penso eu, acaba por ser natural. O surpreendente, é que mesmo na área restrita onde vivo, pessoas que me conhecem pelo nome, dada a proximidade e contactos mais do que diários, no momento de fazerem algum tipo de nota ou apontamento, usam não o meu nome próprio ou mesmo o apelido, mas sim o tal" o senhor das aguas", sendo já normal levantar na papelaria o jornal do "senhor das aguas", no vidraceiro, o espelho encomendado pelo "senhor das aguas" ou passar pela churrasqueira para levantar os frangos encomendados para o jantar, pelo "senhor das aguas", o que me fez virar para a pessoa que  os assa e que há muito conheço e exclamar:

até tu Manel?

com um sorriso de orelha a orelha!

 

 

música: Stanley Jordan- A Chils is born
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Quarta-feira, 10 de Junho de 2009

DEZ DE JUNHO

 

Eu acredito na democracia. Acredito como sendo a melhor forma até hoje encontrada de viver em liberdade, a minha, e a dos outros. Como já foi dito por alguém, "A democracia é o pior de todos os sistemas com excepção de todos os outros".

Este senhor, Salgueiro Maia, já desaparecido, foi um dos grandes responsáveis por hoje sermos um país democrático com um povo, não raça, mas povo, como o conjunto de todas as pessoas que habitam neste território, a viver em democracia.

 

Hoje o presidente da república homenageou postumamente Salgueiro Maia pelo seu papel preponderante na revolução dos cravos. Um gesto mais do que merecido até porque as comemorações do dia de hoje se realizam em Santarém que vê assim homenageado um filho da terra.

Mas como a democracia é feita de história , história essa que em momento algum pode ser lixiviada, é bom recordar que o capitão Salgueiro Maia hoje homenageado pelo presidente da república, é a mesma pessoa que há vinte anos atrás, ainda vivo, viu ser recusada uma pensão tão necessária como merecida, pelo mesmo senhor que hoje,  o condecorou, na época primeiro ministro do governo de Portugal  , tendo em contrapartida, dois antigos agentes da PIDE , talvez justamente, a recebido. 

música: Stanley Jordan- A Chils is born
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